15 de setembro de 2016
“Para não sermos absorvidos pelo colapso, precisamos olhar para o que está emergindo” Com essa mensagem Judy Rodgers, fundadora do movimento IVE – Imagens e Vozes de Esperança, fundamentou seu discurso no Seminário “Criando Confiança na Comunicação”, que reuniu, no dia 8 de setembro, na Escola Superior de Propaganda e Marketing em São Paulo, 110 pessoas para dialogarem, com ela e os convidados Heródoto Barbeiro, jornalista e apresentador do Jornal da Record News e do portal R7 e Christina Carvalho Pinto, fundadora e presidente do Grupo Full Jazz de Comunicação, sobre a nossa atenção com a comunicação que nos chega.

Segundo a norte-americana Judy Rodgers, existem duas energias atuando hoje no universo: “Uma energia é descendente e manifestada por um sistema fraco, sendo visível nas mudanças climáticas, nas empresas, no processo político, na poluição da água e do solo. Mas há outra energia que é ascendente, construtiva e curativa e esta, por ser mais sutil, não é fácil de se ver”. Desse modo, Judy chamou nossa atenção “para não sermos absorvidos pelo colapso”, pela energia descendente, mas levarmos nossa atenção para o que está emergindo. Porém, para isso, “precisamos ser bons observadores”, reforça Judy.
Sendo assim, para Heródoto Barbeiro “uma mente sossegada ajuda a fazer o melhor jornalismo, eu posso olhar para o código de ética e retratar melhor o que acontece na sociedade.” Barbeiro explicou que “quando minha mente está mais calma eu consigo me perguntar: Será que isso é verdade? Será que esse fato realmente aconteceu?” Segundo o jornalista, essa é a forma mais simples de construir confiança e obter a transparência nas notícias, pois “espalhar notícias na rapidez do mundo digital sem discernimento e sem checar a veracidade dos fatos causa mal-entendidos que afetam a confiança”. Sendo assim, “precisamos colocar rédea curta na mente”, concluiu.

Os nossos propósitos
“Escolhas duras devem ser feitas em tempos de crise, mas não podemos abrir mão dos nossos propósitos”, disse a presidente do Grupo Full Jazz ao se referir sobre os tempos que vivemos de grandes consumos. Christina Carvalho Pinto sustentou a reflexão desse novo olhar na comunicação, pela forma como nos defrontamos com o desafio de “não estimularmos o consumo do que faz mal à saúde das pessoas”. “Não julgamos, simplesmente deixamos de fazer o trabalho”, enfatizou.

Para ilustrar sua narrativa, Christina comentou sobre uma pesquisa onde 40% das pessoas responderam que a educação se faz através de processos midiáticos e 30% respondeu que são as escolas que educam. A constatação foi a de que a mídia é a maior educadora e, portanto, a pergunta que Christina colocou aos presentes foi “Estou educando ou deseducando?
Editando o mundo

Na segunda parte do evento, o jovem jornalista Tony Marlon abriu a discussão em torno da crise não ser de tecnologia e reforçou a exposição de Christina ao confirmar que temos uma crise de narrativa. Segundo ele, quando escolhemos uma palavra estamos editando o mundo. Sendo assim, Tony questionou sobre “o que acontece com as pessoas quando elas escutam a mídia? A pergunta é: Como podemos comunicar de forma que o impacto das nossas histórias impacte o mundo?” Quem respondeu a essa pergunta foi a cineasta Paula Kim, que relatou a experiência do processo de criação de um site de conscientização sobre transtornos alimentares em meninas de 10 a 13 anos. Porém, a conclusão dessa edição emergiu da plateia, com o questionamento: Como alguém pode falar de algo tão forte e de forma tão delicada?
O Diálogo “Criando Confiança na Comunicação” foi uma iniciativa do IVE – Imagens e Vozes de Esperança e da Organização Brahma Kumaris. A organização ficou a cargo da Abradi SP, BMofeoli, Ecos do Meio, Estúdio Boreal, Full Jazz, Ponte a Ponte, Radio Positiva e Reconectando Valores com apoio da ESPM e Startrek. O IVE nasceu em 1999 em Nova York a partir da reflexão sobre o impacto social que profissionais de comunicação exercem na sociedade mediante as imagens e palavras que escolhem transmitir no exercício da vida profissional.
