Investigação Apreciativa: definição, princípios, criador e 4 D’s.
A essência do método para aplicação em diálogos construtivos.
O Appreciative Inquiry pode ser definido como sendo uma abordagem construcionista, baseada na fortaleza, para a mudança e o desenvolvimento organizacional. Isso significa dizer que o Appreciative é uma forma de tornar a organização melhor com base no que ela já tem de bom. Ou seja, a partir do que queremos manter é que conseguiremos chegar a ser o que queremos para o futuro.
Muitas organizações se consideram um problema a ser resolvido. As pessoas fazem reuniões para elaborar uma lista dos problemas e a partir daí, procuram as causas desses problemas e começam a elaborar soluções. Existe uma grande diferença entre este método e o Appreciative Inquiry.
No Appreciative Inquiry, o foco não é o problema, mas a construção de um futuro desejado com base no que se tem de fortalezas. A organização deixa se ser percebida como um problema a ser solucionado e sim como a própria solução…como um mistério a ser desenvolvido.
Essa metodologia, criada nos Estados Unidos pelo Dr. David Cooperrider, conta com cinco princípios:
- Princípio Construcionista: As organizações são percebidas como construções humanas. Construímos nossas realidades baseadas na nossa experiência prévia, e portanto, nosso conhecimento e o destino da organização estão interligados.
- Princípio da Simultaneidade: a pergunta e a mudança acontecem simultaneamente. Quando se faz uma pergunta a alguém, a pessoa que recebe a pergunta sofre uma alteração de comportamento. A pergunta apreciativa favorece a auto-estima de outra pessoa. As perguntas que fazemos são parte do processo de mudança.
- Princípio Poético: Assim como uma obra de arte pode ter inúmeras interpretações, as organizações humanas podem ser vistas como livros abertos em que as pessoas são co-autoras. Passados, presentes e futuros podem ter inúmeras interpretações, e podemos encontrar o que desejamos nas organizações.
- Princípio da Antecipação: as organizações, assim como as pessoas, caminham para onde se questionam (sonhos-imagens). O mais importante recurso que se tem para construir a mudança organizacional é a imaginação coletiva e o discurso a respeito do futuro. Uma dos teoremas básicos da visão antecipada da vida organizacional é que esta imagem de futuro é que de fato guia o comportamento de cada organismo ou organização.
Princípio Positivo: A abordagem positiva tem o poder de agregar, de realimentar. Quanto mais positivas são as questões a serem feitas, mais efetivo é o esforço de mudança.
Ciclo dos Quatro D’s:
As 4 fases do processo:
- Descoberta: fase em que a organização aprecia o que tem de melhor. Exemplos: liderança, relacionamentos, tecnologia, métodos de planejamento, etc. Nesta fase, as pessoas compartilham histórias de sucesso, percebendo a história organizacional como uma possibilidade positiva.
- Sonho: a fase do sonho envolve desafiar o status quo, criando visão dos resultados que o mundo está querendo.
- Planejamento: a fase de planejamento é a criação da arquitetura social e tecnológica da organização. Tanto a fase de sonho quanto a de planejamento envolvem a construção coletiva de imagens positivas de futuro.
Um aspecto que diferencia o Appreciative Inquiry das outras metodologias de planejamento é que as imagens de futuro emergem de exemplos positivos ocorridos no passado. Estas imagens se tornam possíveis porque estão baseadas em momentos extraordinários da vida organizacional.
- Destino: a fase de destino é aquela em que as imagens positivas de futuro são sustentadas. É um tempo de aprendizado contínuo, ajustamento e improvisação – tudo a serviço dos ideais compartilhados. É o momento de construir o “olhar apreciativo” na organização em todos os seus sistemas, procedimentos e métodos de trabalho.
O criador do Appreciative Inquiry
David Cooperrider é americano, professor de Comportamento Organizacional e Coordenador do SIGMA – Center for Social Inovation in Global Management (Centro para Inovação Social em Administração Global), na Universidade Case Western – localizada em Clevand, Ohio (Estados Unidos). Trabalha também como pesquisador e consultor para organizações presentes em mais de 100 países.
David também já lecionou na Universidade Stanford (Estados Unidos), e na Universidade Katholieke (Bélgica). Entre seus livros mais recentes, estão Appreciative Leadership and Management (Liderança e Gerência Apreciativa) e The Organizational Dimension of Global Change: No Limits to Cooperation (A Dimensão Organizacional da Mudança Global: Cooperação sem Limites).