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Sobre o que permanece

Christina Carvalho Pinto*

Conversando com amigos, as confissões se repetem: está ficando difícil viver a vida que inventamos para nós mesmos neste mundo urbano e hiperconectado. Ansiedade, perda de significado e uma sensação de estar sendo tragados pelo fenômeno da aceleração. Fala-se muito essa palavra. Todos acelerando, tudo em alta velocidade, correndo, voando em direção a não sei onde.

Nesse corre-corre alucinado, vamos atropelando as únicas coisas que podem nos manter, de fato, vivos (e não androides – caçadores ou  caçados). Falo daquilo que constitui a base e a essência do viver; o que pulsa pelo sopro invisível; aquilo que permanece. Que é imutável, que nasce e se fortalece nos grandes silêncios, no cultivo do sentir (diferente dos sentidos), no transcender, ir além das palavras. Na percepção aguda e profunda, que traz os grandes insights. Nos valores que não cabem em contas bancárias.

Respire e responda sem os truques habituais: em que gaveta tudo isso ficou trancado?  

* Estrategista, partner da Hollun

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