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O nascer de uma nova humanidade

  • Por Christina Carvalho Pinto

Quando penso na impressionante enrascada em que nossa espécie se envolveu ao desconsiderar o destino de todas as outras, a sensação é muito parecida com a que minha irmã e eu tivemos na primeiríssima infância, quando, fascinadas com o lindo vestido de baile de nossa mãe, desfraldado sobre a cama com seus reflexos furta-cor, decidimos cortar um bom pedaço do tecido para fazer roupinhas de boneca. Só entendemos a extensão do que havíamos feito quando a vimos em prantos, sentada de penhoar à beira da cama, com meu pai desvestindo o black-tie e ambos frustrados porque, graças ao estrago, eles ficariam sem o baile, sem o sonho da dança romântica, sem toda a esperada alegria daquela noitada tão especial.

É isso, amigos: estamos conseguindo estragar a grande festa com que o Universo e sua expressão maior, a Vida, nos presentearam ao nos entregar este Planeta de luzes furta-cor, generoso na beleza e na abundância que ofereceu à nossa espécie e a todas as outras, nossas irmãs.

Olhamos hoje o amargo fruto do modelo que nós mesmos inventamos e alimentamos e, embasbacados, procuramos entender até que ponto fomos ou somos ainda inocentes, crianças tolas do mundo, feridas pela mesma tesoura com que cortamos o tecido da existência.

Mas é possível, sim, tecer de novo a delicada teia que nos mantém vivos, teia da qual tão inadvertidamente nos desconectamos. 

O papel dos líderes neste momento é o de liderar uma nova escrita da História. Um exercício que começa por resgatar algo que o mundo corporativo historicamente baniu de seu vocabulário: sentimento.

Vá buscar o seu de volta. É prioridade. É pra já.

Assim como são as emoções positivas que nos fazem viver, também são elas – e só elas – que poderão fazer de novo a Teia da Vida florescer.

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